Os intocáveis!
Com todos os defeitos, uns mais
evidentes que outros naturalmente, as redes sociais acarretam consigo os
detalhes, que tal como na vida de todos os dias, revelam traços de carácter e
de personalidade para todos os que nelas navegam alegremente.
Quem me conhece sabe que apesar de
cronicamente distraído, dou imensa importância aos detalhes. Talvez sejam mesmo
as únicas ‘coisas’ às quais estou sempre alerta e com uma atenção redobrada.
Aos detalhes. Da vida, das pessoas
e aos seus pequenos tiques, dos animais e das coisas (animadas e inanimadas)
sim, porque por exemplo, a minha casa para mim é um ser ‘aparentemente’
inanimado. Só que como temos uma relação muito própria, encaro-a diariamente
como se de uma pessoa, pessoa velha, diga-se, se tratasse. E claro, também tem
e cada vez mais vai tendo os seus detalhes.
Mas referia-me eu aos detalhes que
se observam com facilidade e uma nitidez desconcertante nas redes sociais.
Tanto no que se passa em público,
como em todos os messengers desta vida (que se desejam privados) – mas que, tal
como os públicos, vão deixando um rasto próprio, que nos permite definir traços
de personalidade de quem os escreve e alimenta.
Tal como na vida, as redes sociais,
como o fb permitem sempre que lancemos algumas armadilhas aos mais vaidosos,
inconsequentes e incautos, para não lhes chamar outra coisa.
Por vezes divirto-me com jogos
desse tipo. Inaugura-se um tema apenas para ver as reações dos outros.
Há posts em que se sabe à priori
quem vai interagir com eles. E, naturalmente, quem não reage, nem que seja por
um símbolo, uma palavra, por vezes uma virgula no texto que se deixa publicado.
E são esses pequenos pormenores que impedem certas pessoas de interagir com
essa publicação.
Tenho ultimamente assistido a
manifestações despropositadas de ódio pra com certas agremiações.
Gosto muito pouco de modas e de
quem as segue.
Aprecio muito pouco essas merdas.
Modas intelectuais, sociológicas, ideológicas, escritores ou autores de última
água (aqueles que ainda ninguém descobriu) e até de marcas de roupas e afins.
Só detesto ainda mais quem em
privado as afasta para em publico as defender. E, naturalmente, o mesmo e o seu
contrário…
É uma particularidade de certa
gente. Evidentemente cobarde e cínica, mas também ressabiada e plena de
complexos vários.
Sempre é mais fácil dizer mal dos
outros nas suas respetivas costas e brindar com eles com a barriga encostada em
qualquer balcão desta vida num vulgar sábado à noite.
Fartei-me.
Foi só isso que me aconteceu. É que
nos últimos dias tem sido demais.
“O Fragoso é o Fragoso”. “O PS é um
partido político, logo um grupelho a abater sem qualquer misericórdia”.
“os partidos políticos são a
escória da sociedade”.
“devemos escrever um plano para
que, seja quem ganhe as eleições tenha a obrigatoriedade de o cumprir”.
Se a política e a democracia fossem
assim, nem seriam necessárias eleições, porque bastariam chefes de divisões e
diretores de departamento para fazer cumprir o estipulado.
Já agora uma pergunta: O PRD era o
quê? Um movimento cívico? Um ajuntamento de pessoas em torno de um homem que
ainda se encontrava em Belém e enviou a sua mulher para fazer campanha e
permitiu que a sua fotografia, figurasse em cartazes de campanha enquanto ainda
era presidente da nossa já vetusta república?
Que ideais defendia?
Para além de uma coisa do tipo:
anti partido socialista?
Já ninguém se lembra destes puros
da nação????
Como acabaram?
Porque teve Francisco Balsemão
necessidade de gravar todas as reuniões havidas com o General Eanes?
Porque teve Mário Soares de dizer
que o tinha vomitado aquando da pré-campanha presidencial para o segundo
mandato de Eanes?
Por vezes, neste triste país
aparecem sempre os impolutos. Os incorruptíveis, os puros, os incomparáveis, os
merdas (digo eu), porque nunca gostei de extra terrestres.
Com exemplos mesquinhos, como
aquele de ter de mandar virar os fatos para os poder continuar a vestir.
Recusou meio milhão de euros a que
tinha direito. E sempre houve quem desse exemplo fizesse e faça ampla referência!
Que cidadão!!!!!
Fez um partido a partir do palácio
de Belém, para tomar o poder.
Alguns dos seus indefectíveis
escrevem hoje loas contra os partidos. Talvez por esquecimento breve, como
costuma acontecer em todas as circunstâncias deste tipo, dizem o pior dos
partidos. Esqueceram-se que também andaram por lá. E militaram
entusiasticamente!
Agora não!
Os partidos e uma sociedade que os
acolhe mais não é que uma simples treta que promove o atraso e a tão apetecível
corrupção.
O que fica por dizer de tão ilustres
personagens?
Nada! Apenas o silêncio de quem
sabe que por vezes, há intocáveis que tocáveis são. E sempre foram. Faz parte
da vida e de quem a vive.
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