Sem Vocês os 5 ...
Poucos dias passados de ter ‘assentado praça’ na Vieira,
casadinho de fresco, tendo abandonado o meu Mestrado em ‘Desenvolvimento e
Cooperação Internacional’, recém-licenciado em economia … abandonei todo o meu
futuro e voltei para a minha terra.
Tinha uma ‘irrecusável’ proposta de estágio, ainda por cima
remunerado, de um senhor que nunca fez nada por ninguém. De seu nome
Henrique Neto.
Nem tudo foi mau. Tirando as gritarias do ‘grande’ Senhor
dos moldes que pensava que se iria transformar em Secretário de Estado da
Indústria, coisa que, felizmente para Portugal, nunca aconteceu, tendo-o azedado para sempre.
Foram estas as circunstâncias em que deixei o meu futuro em
Lisboa e voltei para casa.
Salvou-me a BIP, salvou-me o Partido Socialista, salvou-me a Maçonaria, salvou-me o
nascimento do Manel, salvou-me a Nova Rede e o Paulo Carreira, único diretor
que respeitei.
Confesso que nunca funcionei muito bem com hierarquias. Não
sei se por ser filho único de uma casa com muita gente que sempre me amou
incondicionalmente. Não sei se foi por nunca ter ido à tropa. Ou, simplesmente,
porque depois de determinada idade, apreciava o confronto fácil.
Nunca saberei!
Mas também isso agora não interessa rigorosamente nada,
porque o meu futuro foi o que foi. Foi o que, com todos os meus erros, foi o
que eu quis que tivesse sido.
Aqui chegado, posso, finalmente, sentir que não me arrependo
de nada. Nem sequer de todos os erros que cometi. E foram, como toda a gente
sabe, imensos. Profissional, política, associativa e pessoalmente.
Caso não os tivesse cometido, simplesmente não seria agora
quem sinto que sou.
Um tipo feliz e resolvido.
Exagerado muitas vezes? Inflexível, muitas outras?
Irresponsável e irrefletido, tantas outras? Injusto, por vezes?
Talvez seja um pouco de tudo isto, mas, é só desta forma que
consigo ser, viver, sonhar e ser feliz comigo mesmo.
Os anos trazem-nos a todos a inevitável serenidade, paz
absoluta e tranquilidade com todos os amanhãs que quer cantem quer chorem, são
a inevitabilidade de quem sabe estar vivo e gostar de ser como é.
Não tenho sido capaz de ser de outra forma.
Convivo bem com isso.
A tal serenidade que qualquer deseja atingir, ainda, em boa
verdade, não conheço nem nunca conhecerei.
Só com os meus amores.
As minhas cinco pessoas.
Com eles,
só com eles,
sou inteiramente feliz, tranquilo, sereno e em absoluta paz
com a vida,
com o mar,
com o céu,
com as minhas árvores,
com os meus cães,
a minha casa
e comigo.
Sem os meus cinco incondicionais,
nunca seria capaz.
Sem o meu Manel,
o António,
o João,
a minha querida ‘mãe’
Lígia.
E
agora,
sem ti,
Helena Isabel.
Sem vocês os cinco,
nesta altura,
nunca seria nada!
Sérias, sérias, sempre foste capaz de te levantar, mas estás muito bem assim, sobretudo muito feliz.
ResponderEliminarBeijo aos cinco