Amigos e Momentos felizes.
Sempre gostei de conduzir. De preferência, sozinho. Talvez porque é um espaço e um tempo em que estou completamente só. Agora conduzo muito mais devagar. Nem sempre foi assim. Quando ‘me levo’ a qualquer lado, as ideias libertam-se e, uma ou outra, obriga-me a pensar. E a divagar sempre.
Hoje, quando regressava a casa, dou por mim a pensar numa realidade
nada original, mas ao mesmo tempo pacificadora. “Nada é nosso. Nem as coisas,
nem os filhos, nem a morte.” Limitamo-nos a ir tomando conta das coisas, do
dinheiro, se o houver, dos filhos até certa idade, dos animais, até morrerem.
E, da própria morte a quem pertencemos desde o dia em que nascemos.
Estranhamente, todos estes pensamentos, me foram apaziguando.
Depois lembrei-me que, pelo menos temos duas ‘coisas’ que são nossas, essencialmente
porque partilhadas com outras pessoas. Nossos são os Amigos e nossos são os
momentos que passamos e passaremos com eles perto de nós.
Lembrei-me de tudo isto porque hoje foi um dia em que morreu
um homem Bom. A Vieira hoje perdeu um homem digno e justo.
A Vieira hoje está de luto. E assim ficará algum tempo.
Hoje jantei na mesa do Professor Fausto com toda a sua
família. Senti-me em casa, porque em casa estava.
Vim em paz desse jantar.
O Afonso tornou essa refeição simples, feliz e serena. É a
magia que as crianças trazem sempre consigo.
Ainda bem que fiquei para jantar. O dia de amanhã, será
decerto, muito menos difícil.
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