PRESIDENCIAIS 2021


 

João Ferreira


Estas eleições ou melhor toda a campanha eleitoral que as tem envolvido não pode nem deve surpreender absolutamente ninguém.

Em boa verdade, todos nós esperávamos que tudo (?) se passasse desta forma, face ao perfil dos candidatos. 

Quase todos.

O Maquiavel do Reino, sempre diferente de si próprio, tal como sempre nos habituou. Eu ainda sou do tempo das suas crónicas semanais na TSF. Nessa altura fechava-me no meu Mini Metro em segunda mão, porque não tinha rádio em casa. Não restam quaisquer dúvidas de que é uma figura muitíssimo carismática que sabe dizer tudo hoje e o seu contrário amanhã com a mesma fingida convicção. É de longe o candidato melhor preparado. De longe, porque treinou uma vida inteira.

Num programa da RTP 1 há uns anos, Paulo Portas definiu o Professor Marcelo com esta frase que nunca me esqueci: 

“Deus deu-lhe a inteligência e o diabo a maldade”.

Só votaria nele se do outro lado estivesse o doutor Ventura e seus apaniguados fascistas saudosos da Pide e de Salazar misturados com bandos de arruaceiros vindos das diversas claques de futebol.

Tino de Rans, é talvez o único candidato verdadeira e intrinsecamente honesto. Assim uma espécie de D. Quixote do sec. XXI. Está na corrida errada. Poderia, isso sim, ser um bom deputado. Faria com toda a certeza um bom mandato e trabalharia, também com toda a certeza, para bem do distrito que o tinha eleito. Incomparavelmente melhor que muitos que por lá andam a procurar prebendas e sinecuras do Estado. Alguns até encontram lugares bons, mas como se ganha relativamente menos que o ordenado de deputado, querem reservar, como quem põe em 'stand by' esses lugares até o fim da legislatura! O Tino, penso eu, nunca faria isso. Parece-me ser um homem sério.

Ana Gomes tem andado por aí a fingir que é delicada e teve educação. Que sabe estar e tem postura de Estado. Tem andado por aí, mas é sobejamente conhecida. Teve um papel importante no início da libertação de Timor Leste. De lá para cá foi eurodeputada. Quando esse lugar terminou atirou-se ao sistema como gato ao bofe. Agora até defende pessoas que cometeram actos anticonstitucionais. Enfim, o Partido Socialista não deveria ter subestimado estas eleições. Deveria, isso sim, apresentar um candidato a sério, mesmo sabendo que as iria perder.

Mariza Matias está completamente deslocada destas eleições, fazendo um frete ao partido e, naturalmente, desesperada para que esta tormenta acabe.

O Mayan, sinceramente, mais não é do que um pedante ou melhor, um ‘pedante liberal’, sem passado, sem propostas dentro dos poderes presidenciais e sem qualquer mérito reconhecido para disputar este campeonato.

Em minha casa nunca ouvi dizer que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço. Nunca ninguém usou de anti comunismos primários dentro da minha família. Na minha terra houve grandes disputas eleitorais PS/PCP. Perdemos, pelo menos, três eleições autárquicas. Seguidas. Nunca dispersamos nem alteramos o nosso foco, até que em dia saboreamos a vitória com uma alegria esfusiante de quem esteve doze anos a esperar aquele momento.

O candidato que o PCP apresenta, o eurodeputado João Ferreira, parece-me de todos os que mencionei, uma voz de um novo tempo. Um homem verdadeiramente delicado e inteligente. Sabe o que quer, sabe transmitir a sua mensagem. Conhece amplamente os poderes constitucionais. É convictamente democrata, respeitando naturalmente os mais elevados princípios da nossa democracia.

Considerando que estas eleições não são mais do que aquilo que Mário Soares, a propósito da primeira candidatura de Cavaco disse: “estas eleições não passam de um passeio na avenida”.

São eleições a fingir, porque já todos sabemos que vai ganhar, logo na primeira volta: o actual presidente.

Assim sendo, não posso deixar de votar à esquerda e de todos os Candidatos que a representam ou dizem representar o melhor, sem qualquer sombra de dúvidas é o João Ferreira, proposto pelo Partido Comunista Português.  

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